Para quem busca por vinhos mais tânicos
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Todo tanino traz amargor? Amarra a boca? Vinhos que passam por barrica são mais tânicos? A resposta para essas e outras perguntas você encontra aqui.
Você sabe o que significa um vinho mais tânico e quais as diferenças dele para os demais exemplares?
Se a sua resposta foi “não”, não se preocupe: as sommelières Thamirys Schneider, Cibele Siqueira e Marina Bufarah te explicam tudo no episódio #185 do Wineverso Podcast, o podcast da Wine
Descubra os segredos por trás desses rótulos encorpados e intensos no post de hoje, ou, se preferir, aperte o play para ouvir o episódio completo!
O que são taninos
Um vinho tânico, como o nome pode adiantar, são vinhos com mais taninos ou com taninos que se destacam no paladar. Mas, afinal, o que são eles?
Os taninos, em resumo, são polifenóis que estão presentes em diferentes partes da uva, como na casca, na semente, no engaço da uva, entre outros lugares.
“Se a gente pensar, quando a uva não está madura, ela está desagradável, só com aquela sensação de uma banana verde na boca, uma fruta não amadurecida… É isso que o tanino causa. Ele vai dar essa sensação de adstringência, que é justamente essa ressecada que dá aqui em cima da boca, mas tem gente que sente na língua, na bochecha, na parte inferior do lábio, na gengiva… É como um sistema de proteção de defesa, especialmente para os animais que consomem uvas, eles vão estranhar ele ali”, explica a sommelier Thamirys Schneider.
Na prática, além de afastar esses animais, os taninos também acabam indo para os vinhos tintos, porque são neles que o mosto fica em contato por dias com a casca, ao contrário dos rosés, por exemplo, que o contato é por um tempo menor.
“Esse tinto vai receber esses polifenóis e aí são esses taninos que vão dar essa sensação de adstringência na nossa boca”, complementa Schneider.
Como identificar (e diferenciar) as características do tanino
Dando sequência ao bate-papo, as sommeliers explicam aos ouvintes que há diferenças entre o amargor do vinho, que pode ser um defeito, e a adstringência trazida pelo tanino.
“Geralmente, é em um final de boca que você sente aquele amargor, que é um defeito do vinho. O tanino às vezes pode ser um tanino verde, que repuxa, e a pessoa pode acabar confundindo. Uma vez um sócio falou ‘ah, não gosto de vinho com muita acidez porque repuxa muito’, aí eu falei, ‘não é a acidez que está repuxando, é o tanino’. O tanino dissolve a proteína e, a partir desse ressecamento, a acidez do vinho tem que existir para molhar de volta a sua boca e trazer essa sensação de salivação novamente”, comenta a sommelier Marina Bufarah.
Na discussão, as profissionais ainda vão além, corrigindo quem acha que vinhos mais tânicos são os que tiveram passagens por barricas.
“Pelo contrário, a barrica, ela vai ajudar, justamente, a amaciar os taninos, a arredondar eles, a deixá- los macios e agradáveis. É o que a gente chama de textura mais aveludada, marcante no seu paladar, mas sem estar desagradável. É um vinho redondo, aveludado”, acrescenta.
Sugestões de uvas mais tânicas
As uvas Nebbiolo, Bonarda e a Malbec argentina são algumas das mais tânicas, de acordo com as sommeliers. No entanto, elas indicam que o que importa, antes de tudo,é entender o que é o tanino, qual é a percepção que ele causa no seu paladar, e se essa percepção te agrada ou não agrada.
“A gente tem várias formas de percepção de tanino, tem vinhos que possuem muita presença de tanino, mas são extremamente macios, às vezes ele é macio por conta da maturação da uva, de lugares mais quentes, entre outros casos”, conclui a sommelier Cibele Siqueira.
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