Vinhos para iniciantes
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Você está começando a desvendar os mistérios do mundo do vinho e tem algumas dúvidas? Não se preocupe. Vamos elucidar as principais questões. Confira.
O mundo do vinho é fascinante, mas pode ser um pouco misterioso para quem está iniciando suas incursões por ele. Por isso, para facilitar essa iniciação, algumas observações e dicas podem facilitar o caminho.
O consumo de vinho no Brasil ainda é muito pequeno. Estamos apenas próximos a 100ª posição, com cerca de modestos 2 litros per capita ao ano (contra 66 litros de cerveja), embora tenhamos toda possibilidade de evoluir nesse número.
Para abrir a mente de quem está começando a desvendar os encantos da bebida, falaremos como contornar algumas características do vinho ao paladar, que conferem certa resistência aos iniciantes.
A adstringência (taninos)
Chamamos de adstringência a sensação de ressecamento causada no paladar pelos taninos do vinho, principalmente nos tintos. Para usar uma linguagem mais fácil, é aquela sensação de “amarrar a boca” que temos ao comer uma fruta verde, como a banana, por exemplo.
Caso isso lhe cause incômodo, busque por vinhos que contenham pouca quantidade de taninos, como os brancos, rosés, espumantes e tintos elaborados com as uvas Pinot Noir e Gamay.
Exemplar com menos taninos:
Vinho Root: 1 Pinot Noir 2014 – Fresco, com corpo entre leve e médio e taninos discretos, esse Pinot Noir possui aroma de frutas vermelhas e notas de especiarias.
A acidez
O vinho tem um pH que varia geralmente de 2,5 a 4,5, sendo 7 o valor neutro. Assim, tal como vários alimentos, ele está no lado ácido da escala de pH. É importante entender que um vinho com pH 3, para exemplificar, é dez vezes mais ácido que outro com pH 4. A cerveja transita em torno de pH 4, e um limão siciliano em torno de pH 2.
Então, se a acidez for um problema para você, comece pelos tintos de uvas menos ácidas como a Tempranillo, a Merlot e a Carménère, por exemplo. Deixe de lado por enquanto os brancos, rosés e espumantes. Dê preferência também a vinhos elaborados em regiões de clima mais quente.
Exemplar com acidez baixa:
Vinho Canepa Novísimo Carménère 2015 – Ameixa, amora, cereja e um toque de especiarias são os aromas encontrados nesse tinto de paladar frutado e fresco.
O álcool
Para quem está acostumado a consumir destilados esse não será um problema, mas para os apreciadores de cerveja talvez seja. Se a maioria das cervejas consumidas por aqui tem um teor alcoólico em torno de 4,5 a 6% em volume de etanol, o vinho, geralmente, tem de 12 a 15%, podendo chegar a 22% no caso dos vinhos fortificados, como o famoso Vinho do Porto.
Portanto, se a sensação de calor, e às vezes ardor, no palato causada pelo álcool não lhe agrada, procure por vinhos produzidos em regiões frias. É também mais fácil encontrar vinhos brancos, frisantes, e até alguns vinhos levemente adocicados com um teor alcoólico mais baixo.
Exemplar com menos álcool:
Vinho Dr. Loosen “Dr. L” Riesling Trocken Qualitatswein 2014 – Aromas de frutas, notas florais e minerais, paladar leve, com acidez viva e refrescante.
É de fundamental importância também entender que esses componentes são essenciais aos vinhos, agindo como conservantes naturais, dando frescor e estrutura, por exemplo, e que as pessoas terão sensibilidades diferentes a eles. Logo, o que em um vinho que for desagradável a alguém não o será, necessariamente, para outro.
Identifique o que mais incomoda você e comece sua aventura, lembrando sempre que o paladar se modifica, se habitua, se adapta, e depois de um tempo aquilo que incomodava terá que estar presente em muito maior quantidade para voltar a incomodar. Saúde!
Colaboração técnica: Lucas Cordeiro