Como ler rótulos de vinhos norte-americanos
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Os EUA também possuem suas particularidades quanto à legislação do vinho. Conheça os rótulos norte-americanos.
Compreender um rótulo norte-americano é fácil, porém existem algumas regras a serem esclarecidas. O órgão TTB (Álcool e imposto sobre o tabaco e Comércio Bureau) é o responsável por ditar essas normas. Veja quais são:
– Nome do vinho: pode ser o nome da vinícola, do vinhedo e alguns usam marca própria com apelo de marketing. Isso é cada vez mais comum.
– A safra: informar o ano em que as uvas foram colhidas não é obrigatório. Contudo, se informado, 95% das uvas utilizadas devem ser da colheita mencionada. O fato de não mencionarem a safra com frequência, pode ser para manter certo padrão de um ano para outro, pois, comumente, são utilizadas misturas de safras (de dois ou mais anos).
– A região de origem: nos EUA, uma região delimitada com área geográfica específica que possui regras para produção recebe a certificação American ViticulturalArea (AVA). No país, há mais de 200 denominações oficialmente delimitadas. Ter a sigla AVA no rótulo não é comum e, para a região que recebeu essa certificação estar escrita no rótulo, pelo menos 85% das uvas que o compõem devem ter sido cultivadas na localidade. Você pode ver também a expressão County que, geralmente, é maior que uma AVA em extensão e, por isso, o produtor possui maior flexibilidade de produção. Quando aparece o nome da região seguido da palavra County, 75% das uvas devem ter sido colhidas nas fronteiras desse lugar.
– Nome da(s) uva(s): não é algo obrigatório, mas a maioria dos produtores opta por identificar as castas. Se o produtor escolher usar o nome das variedades, é obrigatório citar a região onde foram colhidas.
– Para ser varietal, um exemplar norte-americano deve conter, ao menos, 75% da variedade escrita no rótulo.
– Graduação alcoólica: nas leis americanas, se o teor alcoólico estiver abaixo de 14% não é obrigatório especificá-lo no rótulo, apenas se estiver acima. Contudo, para entrar no Brasil, ao menos no contrarrótulo, é necessário informar essa porcentagem.
– A expressão Estate – é comum vermos Estate Bottled– indica que as uvas foram colhidas dentro dos limites da AVA e todo o processo enológico ocorreu em uma única propriedade.
– Alguns vinhos podem trazer no rótulo menções diferenciadas que valorizam ainda mais o produto ou servem para diferenciar uma linha da outra. São os chamados Fanciful names. Exemplo: Winemaker`s Blend.
Exemplos para degustar:
Redwood Creek Chardonnay – Vinho meio seco, com intenso aroma de frutas cítricas e tropicais, maciez e frescor. Sem menção da safra no rótulo.
Louis M. Martini Monterosso Cabernet Sauvigon 2010 – Aveludado, intenso, saboroso e rico em aromas, esse tinto traz o nome do vinhedo no rótulo.
William Hill Napa Valley Cabernet Sauvignon 2011 – Elaborado em uma AVA, esse tinto é aveludado, com taninos firmes, notas de frutas vermelhas e especiarias doces.
Louis M. Martini Sonoma County Cabernet Sauvignon 2012– Com uvas colhidas na delimitação de Sonoma County, apresenta aromas frutados e bom corpo.