Vinho Barolo
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Há vinhos considerados ícones mundiais, exemplares que são objetos de desejo da grande maioria dos apaixonados por essa bebida maravilhosa. Entre eles figuram com destaque os Barolos. Saiba mais.
Vinho dos nobres
Os espumantes de Champagne ou os doces néctares húngaros de Tokaj estão entre vinhos de qualidade surpreendente que viram sua fama espalhar-se quando caíram no gosto das cortes europeias, nobres, reis e rainhas.
Assim é também a história do Barolo. Parte do sucesso do vinho começa quando o rei Carlos Alberto de Sabóia se interessou por um certo tinto mais estruturado que seus pares da época, solicitando-o à Marquesa di Barolo, Juliette (Giulia) Colbert Falletti, que então o produzia. O resultado foi que ele se tornou o vinho oficial dos eventos da corte.
A marquesa, bem como o Conde Camilo Benso di Cavour, outra importante personalidade a investir e divulgar esses tintos, e o enólogo francês Alexandre-Pierre Odart, que introduziu técnicas francesas na região, melhorando o processo de produção do vinho, são considerados os precursores do Barolo tal como o conhecemos hoje.
Porém, em relação a regiões cuja fama dos vinhos atravessa muitos séculos, como por exemplo Bordeaux e Bourgogne, na França, o sucesso mundial do Barolo é relativamente recente. Teve início no século 19 e quando o vinho recebeu suas primeiras sete medalhas de outro em uma competição em Viena.
A região
Tido por muitos como “o vinho dos reis, e o rei dos vinhos” ou ainda como o grande vinho italiano por excelência, esse tinto que evoca nossos sonhos nasce de vinhedos cultivados no coração da região de Langhe, no Piemonte, noroeste da Itália, em uma área que compreende 11 municípios, incluindo o de Barolo, que cedeu o nome ao vinho.
O relevo de colinas, o solo constituído de uma mistura de calcário, argila e areia, além do clima continental temperado, criam uma combinação que se mostrou perfeita para a melhor expressão da uva Nebbiolo, da qual é elaborado integralmente esse vinho fabuloso.
Dentro da região, algumas áreas de vinhedos específicas, como Cannubi, Cerequio, Brunate, Serralunga d’Alba e outras, geram Barolos com diferenças de estrutura e aromas, tornando-se conhecidas como “crus de Barolo”, com seus nomes figurando nos rótulos dos vinhos.
A uva
Nebbiolo é o nome dela, o qual deriva de “nevoeiro”, pois segundo alguns é uma referência à aparência “enevoada” de suas bagas, cobertas por uma alta concentração de “pruína”, uma substância esbranquiçada semelhante a cera.
Outros afirmam que o nome deve-se ao seu amadurecimento tardio, que empurra a colheita para quando surgem as névoas do outono. Suas bagas arredondadas, ligeiramente tendendo ao oval, amadurecem adocicadas e suculentas, e têm a casca fina, podendo gerar vinhos de grande concentração de taninos, com alto potencial aromático e de longevidade.
A personalidade dos Barolos
Graças à uva da qual se originam e às características únicas do terroir da região, bem como à arte dos produtores, os Barolos são vinhos de personalidade inconfundível. Quando jovens, a grande concentração de tânicos e a elevada acidez, os tornam vinhos difíceis ao paladar, mas já começam a revelar sua potência aromática, predominando o frutado e o floral.
Mas, em geral, ele é um vinho de guarda, feito para envelhecer, que com a idade (recomenda-se o mínimo de uma década para os exemplares mais simples) vê seu caráter tânico e ácido suavizar-se, revelando um buquê encantador, acrescentando toques apimentados e de tabaco, couro e trufas às nuances iniciais de frutas e flores.
Parte do caráter dos Barolos também é dado pelo longo amadurecimento a que são submetidos antes de serem comercializados, com um mínimo de 38 meses (62 meses no caso dos “Riserva”), dos quais 18 devem ser em barricas carvalho.
Agora que você já foi introduzido nos mistérios do “vinho dos reis, ou rei dos vinhos”, não fique na curiosidade, e experimente. Confira nossa dicas ao lado!