Uvas: prata da casa x preferência nacional
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Nem sempre a uva mais emblemática de um país é a mais cultivada. Entenda por que e conheça regiões onde esse “fenômeno” acontece.
Um mistério do mundo do vinho paira sobre nossas cabeças: por que nem sempre a uva mais emblemática do país é a mais cultivada?
Tomemos como caso a África do Sul, cuja uva-símbolo é a nativa Pinotage, cruzamento da Pinot Noir com a Cinsault (também chamada de Hermitage). Exclusiva do país, essa variedade representa 7,4% da produção sul-africana, atrás das francesas – e muito populares – Cabernet Sauvignon, que cobre 11%, e Shiraz, com 10,3%.
Aliás, é difícil bater a Cabernet Sauvignon, a uva destinada à produção de vinho mais cultivada do mundo e merecidamente nomeada rainha das tintas. O Chile, por exemplo, vive esse interessante paradoxo: a queridinha do país, a francesa Carménère, é quase uma exclusividade do terroir chileno, mas perde em números para a Cabernet Sauvignon, uva mais cultivada por lá, representando 38% da produção.
Já as razões para esse fenômeno podem ser diversas, mas giram em torno da fama da uva – o que gera maior demanda, claro – e seu potencial de desenvolvimento em diferentes terroirs.
A Cabernet Sauvignon, por exemplo, é amplamente cultivada tanto por sua facilidade em se adaptar a terroirs diversos quanto por ser muito popular entre paladares de todo o mundo – iniciantes, iniciados e experientes –, gerando vinhos diversos, dos simples aos mais complexos.
Seja como for, a melhor maneira de matar essa curiosidade é na taça: vale explorar o que as uvas – a mais emblemática e a mais cultivada – de cada país têm a oferecer.