Por que beber vinho na taça e qual é a melhor para cada tipo de vinho?
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O formato das taças é essencial para melhorar a experiência sensorial com os vinhos. Descubra mais!
Você já se perguntou o motivo das taças serem as opções mais clássicas para beber vinho? Sabia que existe um tipo específico de taça para cada tipo de vinho? É isso mesmo! Só que é importante saber que, na hora de degustar um bom vinho, a regra é não ter regra. Desde copos a taças, o importante é sempre estar acompanhado de um bom rótulo para aproveitar todos os momentos.
No entanto, viver a experiência de apreciar um vinho com a taça indicada pode ser muito interessante, pois, além de valorizar os aromas, o formato da taça permite o contato adequado do líquido com o ar sem interferir na temperatura e nas outras características sensoriais da nossa bebida favorita.
Esta atenção à escolha das taças é recente, afinal, foi só no século 20, depois de pesquisas e muitas alterações tecnológicas, que o formato e o material passaram a ter a devida importância entre os enófilos.
Quais são as partes que compõem uma taça
O mercado conta com uma grande variedade de taças, cada uma indicada para um tipo de vinho. Antes de conhecer as taças ideais para cada vinho, vamos repassar os termos que definem cada parte que compõe o item: o bojo, a haste e a base. Saiba mais sobre cada um!
- O bojo é a parte do “copo” ou simplesmente a parte mais alargada abaixo da borda;
- A haste é o elemento mais fino que sustenta o bojo, a parte que usamos para segurar a taça;
- Já a base é a parte redonda que dá sustentação à taça, o “pé”.
Como escolher a taça para tomar vinho
Para os vinhos tintos, escolha as taças maiores. A taça mais comum para servir os exemplares encorpados é a Bordeaux, com bojo mais largo e a borda menor. É uma taça para servir os vinhos tintos com mais taninos, como os exemplares elaborados a partir de castas como Cabernet Sauvignon, Tannat, Merlot e Syrah.
A borda mais estreita faz com que os aromas se mantenham concentrados, além de direcionar o vinho à boca valorizando o potencial gustativo do exemplar e fazendo com que os apreciadores sintam a adstringência dos vinhos mais tânicos no paladar.
Já as taças do tipo Borgonha, mais conhecidas por terem formato semelhante ao de um balão, são indicadas para os vinhos da região homônima, que costumam ser mais complexos.
Neste caso, o bojo maior permite que o vinho tenha mais contato com o ar, revelando assim, todas as características e a complexidade dos tintos produzidos principalmente com a uva Pinot Noir.
Vinhos brancos pedem taças adequadas
As taças indicadas para servir os vinhos brancos têm o corpo menor, porque são pensadas para manter a baixa temperatura da bebida por mais tempo. Além disso, a haste também é ligeiramente mais alta, para que o contato das mãos com o bojo do recipiente seja reduzido, preservando a bebida em temperatura adequada.
A taça com bojo menor também ajuda a realçar as notas frutadas típicas dos vinhos brancos, tornando a degustação mais prazerosa.
Rosés: taça para exaltar o frescor da bebida
Os vinhos rosés têm aromas frescos e notas frutadas como os vinhos brancos, mas com algum tanino presente, ainda que em menor teor do que nos vinhos tintos.
Por isso, o ideal para servir este tipo de vinho é uma taça menor, que mantenha o frescor, mas com o bojo mais aberto para valorizar os aromas e sabores.
Como não é tão comum encontrar taças específicas deste tipo, a taça de vinho branco também pode ser utilizada para os rosés sem grandes alterações na experiência sensorial.
Taça para espumantes preserva as borbulhas
Os vinhos espumantes são conhecidos pela quantidade significativa de dióxido de carbono, responsável pelas borbulhas (ou perlage).
Considerando as características particulares, a taça mais indicada para tomar vinho espumante é aquela mais fininha, chamada flûte (flauta, em francês).
O design estreito e comprido do bojo da taça flûte ajuda a manter as bolhas da bebida e a direcioná-las corretamente ao nariz no momento do consumo, potencializando os aromas e melhorando a experiência.
Além disso, a taça flûte tem como finalidade preservar o gás carbônico presente nos vinhos espumantes por mais tempo possível antes de a bebida ser levada à boca.
É bom lembrar que o espumante deve ir à taça sempre bem gelado, então, fique atento à temperatura de serviço indicada no rótulo da bebida! Deve-se seguir a mesma orientação para os vinhos frisantes.
Vinhos de sobremesa: doses em taças menores
Os vinhos de sobremesa são os chamados licorosos ou fortificados – como o vinho do Porto -, com teor alcoólico entre 14% e 18%.
Como são vinhos saboreados em menor quantidade, a indicação é recorrer às taças pequenas, com a boca estreita, como alguns modelos de taças para licor.
O desenho do recipiente faz com que a bebida chegue primeiro à ponta da língua, acentuando a principal característica deste vinho no paladar, a doçura.
O que é a taça ISO?
Em 1974, o International Standards Organization (Organização Internacional de Padronização), conhecido como ISO, registrou oficialmente uma taça padrão para análise sensorial e degustação de qualquer tipo de vinho, desde os espumantes até os vinhos de sobremesa.
A base da taça ISO tem uma abertura mais estreita, e a altura do recipiente também é menor do que a das taças comuns. A capacidade é de 220ml. Segundo o registro, a taça ISO também pode ser usada para consumo de outras bebidas como rum e whisky.
Claro que a taça ISO não é capaz de reproduzir de maneira fiel todas as características das outras taças usadas para tomar vinho, porque são diferentes, mas ela pode ser bastante útil durante uma degustação.
E você, prefere beber vinho na taça ou em outro tipo de recipiente?
Seja qual for a sua escolha, que tal entender mais sobre os vinhos de sua preferência? Continue acompanhando nosso blog que temos várias matérias incríveis sobre o assunto.