Rótulos de vinhos que guardam histórias

Por trás de todo grande vinho, há um rótulo tradicional. Existe até mesmo uma popular expressão, “beber com os olhos”, que prova que, no mundo dos vinhos, a embalagem também é importante. Afinal, um enófilo é, antes de tudo, um apreciador, certo?

Por isso, não é incomum ouvirmos histórias de um expert que comprou essa ou aquela garrafa pela beleza de seu rótulo. De maneira geral, podemos afirmar que um bom desenho costuma ser complementar a um bom vinho. E vice-versa.

Um dos carros-chefe da vinícola argentina Antigal, o Antigal Uno é um exemplo de vinho cujo rótulo é considerado uma verdadeira obra-prima – justa homenagem à bebida que representa.

Localizada em Mendoza, a bodega fundada no final do século XIX remodelou sua comunicação – e, naturalmente, de suas garrafas – a partir do ano 2000, respeitando o desenho clássico de mais de um século, mas com uma “roupagem” moderna: o número 1 (em alusão a “uno”, seu nome) gigante em relevo metalizado. O design arrojado rendeu ao rótulo uma premiação da prestigiada revista US Wine Enthusiast, em 2011.

Outro exemplo, que, além de trazer um design interessante, demonstra cuidado e inclusão, são os rótulos em braile. Em projeto único no mundo, a vinícola Lazarus Wines, da região de La Rioja, Espanha, desenvolveu, em parceria com o estúdio de design Baud, um rótulo com inscrições em braile, tornando-o acessível a deficientes visuais.

Existe ainda a cultura dos rótulos artísticos, inspirados pela ideia de que as garrafas devem reproduzir obras de arte – ou serem, elas próprias, as obras.

Idealizados pelo lendário barão Philippe de Rothschild, que contratou o artista cubista Jean Carlu para criar os rótulos da safra de 1924 do Château Mouton Rothschild, os desenhos conquistaram as vinícolas de todo o mundo. A tradição se mantém até os dias de hoje e está diretamente ligada à enocultura em todo o planeta. E você? Tem algum rótulo favorito?