Prosecco rosé: a sofisticação do espumante italiano em nova versão
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Elaborado a partir das uvas Glera e com um toque da casta Pinot Noir, o prosecco rosé atende a uma série de normas firmadas pela Denominação de Origem Controlada (DOC)
Conhecido por ser um vinho festivo, de brinde, e bastante apreciado em todo o mundo, o prosecco é produzido na região Norte da Itália a partir das uvas Glera, que devem compor pelo menos 85% da bebida.
Quem define as normas para a elaboração do tradicional espumante italiano é o consórcio que gerencia a Denominação de Origem Controlada (DOC) Prosecco, que regulamentou recentemente a produção da bebida na versão rosé na Itália. Até então, pelas regras estabelecidas pelo consórcio, só era permitida a produção de prosecco branco.
Dica de leitura: Afinal, o que é vinho seco?
A ideia de investir na produção de prosecco rosé começou a ser trabalhada com mais força desde 2018. Em 2020, a proposta de alteração das normas foi acatada por unanimidade junto ao Comitê Nacional de Vinhos do Ministério da Agricultura italiano.
Agora, com o prosecco rosé oficialmente lançado, a expectativa do consórcio de produtores é de que a região atinja o volume de até 30 milhões de garrafas da bebida por ano!
Muito bom, não é?
O que define o prosecco rosé?
Para que o vinho seja considerado um prosecco rosé, as uvas utilizadas na elaboração devem ser oriundas da área geográfica específica que cumpre os requisitos definidos pelo governo italiano.
Atualmente, há produção de prosecco na região de Friuli-Venezia Giulia, que compreende as províncias de Gorizia, Pordenone, Trieste e Udinese; e na região do Vêneto, que inclui Belluno, Pádua, Treviso, Veneza e Vicenza.
Em geral, os proseccos rosés devem ser elaborados com as uvas Glera e ganham um pequeno adicional da Pinot Noir, que varia entre 10 e 15% da composição. É esse pequeno toque da uva tinta que garante a cor rosada da bebida.
As medidas de regulação do prosecco rosé também estabelecem que o vinho seja fermentado por pelo menos 60 dias em tanques de aço inox.
Confira outras informações e diferenciais do prosecco rosé:
- O prosecco rosé deve ser produzido pelo método Charmat, quando o vinho base passa por uma segunda fermentação, mas dentro de grandes tanques de aço inox.
- O tempo necessário para vinificar o prosecco rosé nos tanques pressurizados é de 60 dias, o dobro do necessário para a elaboração do prosecco branco, e também superior ao tempo de fermentação de outros vinhos espumantes rosés.
- O prosecco rosé pode variar entre dois estilos: brut nature e extra dry.
- A cor esperada para o vinho é um rosado pálido, mais claro que a maioria dos vinhos rosés.
- De acordo com os especialistas, o paladar do prosecco rosé é semelhante ao do prosecco branco, com frescor, notas florais e notas frutadas.
- O lançamento do prosecco rosé no mercado tem também a intenção de difundir ainda mais o consumo do prosecco ao redor do mundo, em busca de chegar a novos públicos e atrair novos paladares.
- As primeiras garrafas de prosecco rosé foram produzidas a partir da safra 2019. No total, foram cerca de 20 mil unidades. No ano seguinte, 2020, o número de exemplares dobrou e os vinhos já atendiam às novas regras.
- Os proseccos rosés devem ter a safra sinalizada no rótulo (sendo que ao menos 85% do vinho deve ser da safra indicada).
Qual a diferença do prosecco rosé para espumante rosé?
Os vinhos espumantes rosés sem origem controlada podem ser produzidos com diferentes tipos de uvas, cultivadas em regiões variadas.
São justamente as diretrizes regionais estabelecidas que tornam o espumante prosecco rosé diferente dos demais, garantindo a proveniência dos insumos e da bebida, consequentemente, padrão de qualidade do vinho.
Uvas Glera ou uvas Prosecco?
As uvas Glera, utilizadas para a produção do prosecco, são típicas do Nordeste da Itália desde a Era Romana. A mais antiga documentação relativa ao cultivo dessa cepa é datada de 1772, quando um acadêmico registrou no Jornal da Itália a qualidade do vinho local.
Por muitos anos, essa casta de uva foi chamada de prosecco, no entanto, em 2009, passou a vigorar uma nova legislação que determinou que apenas a denominação de origem deveria ter o nome de prosecco. Assim, a uva passou a ser chamada apenas de Glera.
Para a produção do prosecco branco, é permitido o uso de até 15% de outras variedades de uva além da Glera. Entre as mais escolhidas estão a Verdiso, Bianchetta Trevigiana, Chardonnay, Pinot Bianco e Pinot Grigio.
Já para o prosecco rosé, as castas selecionadas são Glera e Pinot Noir.
Prosecco rosé combina com…
Os vinhos preparados a partir da uva Glera geralmente são mais refrescantes. Por isso são muito requisitados em dias quentes, principalmente, para brindar.
O pequeno adicional da casta Pinot Noir agrega notas frutadas e taninos ao vinho, que é ideal para ir à mesa com pratos que acompanhem a leveza da bebida.
Para brilhar ao lado de uma taça de prosecco rosé durante a degustação, vale a pena apostar em aperitivos diversos e pratos leves como saladas ou frutos do mar preparados à moda mediterrânea, por exemplo.
Curiosidades sobre o prosecco
- A produção anual de prosecco pode chegar a 500 milhões de garrafas, quase o dobro da produção de champagnes, por exemplo.
- As terras da região Norte da Itália foram bastante valorizadas nos últimos anos por conta da alta demanda pelas uvas Glera.
- O prosecco costuma ser um espumante ligeiramente mais acessível do que outros como o champagne, por isso, tornou-se popular também.
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