Preferência nacional, cultura plural
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Os vinhos franceses mudam de região para região e o modo de consumi-los também. Saiba mais sobre os hábitos de consumo desse simpático povo, seja em Paris, em Bordeaux ou à beira do Mediterrâneo.
É impossível falar de bons vinhos sem pensar na França. Principal produtor do mundo, ao lado da Itália, o país perde apenas para a Espanha em hectares ocupados por vinhas.
Além de grandes produtores, os franceses estão também entre os maiores consumidores, em um hábito diário cultivado em todo seu território.
A cultura do vinho é tão enraizada por lá que a bebida é tratada como um alimento, inclusive oficialmente – está regulamentado por lei e faz parte do Paradoxo Francês, estudo que defende que o vinho é benéfico à saúde.
No entanto, da capital Paris à vida à beira do Mediterrâneo ou nos campos verdes de Bordeaux, os costumes dos franceses mudam bastante e essas diferenças, certamente, influenciam no modo de consumo do vinho regionalmente.
A França conta com algumas das principais regiões vinícolas do mundo, além do néctar 100% francês: muitas das uvas mais cobiçadas do mundo são nativas do país, como a Merlot e a Cabernet Sauvignon (de Bordeaux), a Pinot Noir e a Chardonnay (da Borgonha), a Syrah (de Cotes du Rhône) e a Sauvignon Blanc (do Vale do Loire).
Variedades que são a espinha dorsal de alguns dos melhores rótulos da casa, sejam eles tintos, brancos ou espumantes. E os franceses aproveitam muito bem esse benefício.
Eleita a cidade que mais bebe vinho em todo mundo, a capital Paris consome 690 milhões de garrafas por ano, de acordo com a OIV (Organização Internacional da Vinha e do Vinho). Além de ser encontrado com facilidade e a preços bastante acessíveis em qualquer bar, restaurante, bistrô, bodega ou mercado, o vinho está presente na casa das pessoas – e na rua também.
É uma prática bastante comum dos parisienses sair do trabalho e ir a praças, parques, no famoso Campo de Marte e até mesmo à beira do rio Sena com os amigos pra curtir o fim de tarde, conversar, beliscar os saborosos queijos locais e brindar, é claro. Esse hábito também pode ser notado em várias outras grandes cidades francesas, como uma pausa necessária no dia a dia corrido.
O sul do país vive em outro ritmo: banhado pelo Mediterrâneo, tem clima praiano, predominantemente quente, perfeito para a produção (e para o consumo!), e a enocultura está totalmente associada ao estilo de vida local.
Além de proporcionar roteiros inesquecíveis à beira-mar a visitantes que, em casais ou em grupos, costumam se esbaldar em passeios onde o foco é a bebida aliada à rica gastronomia baseada na famosa dieta mediterrânea, que privilegia a produção local e é composta de legumes, verduras, carne branca, muito azeite e queijos variados. A recomendação é degustar um bom vinho com receitas fartas, curtindo as lindas vistas das praias em boa companhia.
Considerada a “nova Paris”, a cidade de Bordeaux é chamada de capital francesa do vinho. Ligada por trem às maravilhas da região, como os vinhedos de Médoc e a histórica Saint-Emilion, Bordeaux define bem as características do interior do país.
Com cerca de 250 mil habitantes, a cidade tem rica vida cultural e noturna, prédios históricos tombados e muitos calçadões repletos de bares, restaurantes, boates, lojas e bodegas (dos quais alguns costumavam ser armazéns). As margens do rio Garonne também se converteram em “praias”, onde moradores e visitantes costumam se reunir e apreciar um bom vinho.
Para quem vai a passeio – como muitos franceses de outras regiões fazem – outro programa recomendado é curtir os vários vinhedos que cercam a cidade e seus châteaux, que, hoje, são sedes de vinícolas importantes da região.