O papel da rolha no ritual do vinho
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Amada por muitos e dispensada por poucos, a rolha tem seu papel quando o assunto é vinho. Entenda qual.
O ritual do vinho à mesa, principalmente nos restaurantes, tem suas etapas e a mais polêmica delas gira em torno na rolha.
É comum observarmos o sommelier ou o garçom, após examinarem a rolha, entregá-la ao cliente que lhe solicitou o vinho, e este, em seguida, se põe a observar e cheirar a mesma.
Pode até parecer estranho, mas há de fato, pelo menos, duas razões fundamentais para isso. A primeira é que o exame da rolha pode passar para quem vai consumir o vinho informações sobre em quais condições ele se encontra.
A segunda é que muitos clientes gostam de guardar a rolha como lembrança do vinho que beberam, há inclusive quem anote nelas a data e o local da degustação. Inclusive, muitas rolhas contribuem com este hábito por já trazerem o nome de vinho e, às vezes, até a safra.
Agora, voltando ao exame da rolha, vamos ao que podemos observar para deduzir se há algum problema com o vinho:
– Rolha com marca de vinho (infiltração) por toda sua extensão: indica que pode haver ocorrido um vazamento do vinho, possibilitando a entrada de ar, o que pode ter oxidado a bebida.
– Rolha ressecada: ocorre pela perda de elasticidade da cortiça, devido à pouca qualidade da mesma. Também pode acontecer no caso de vinhos muito velhos (em vinhos que vão envelhecer por algumas dezenas de anos usa-se trocar a rolha de tempos em tempos) e ainda por problemas de armazenamento em ambiente com umidade do ar muito baixa. Porém, nem sempre significa que o vinho sofreu algum prejuízo.
– Aromas defeituosos – Os três mais comuns que detectamos são:
Aroma bouchoneé – cheiro de papelão molhado, mofo. Significa que o vinho foi exposto a um composto contaminante com origem na rolha ou nas barricas de carvalho, ou até mesmo no próprio ambiente da vinícola.
Aroma oxidado – cheiro de maçã velha (passada), com ausência de aroma frutado e, às vezes, com odor de acetona e outras químicas. Significa que o vinho foi alterado por exposição excessiva ao oxigênio.
Aroma avinagrado – tem odor que lembra vinagre. Geralmente, ocorre pela presença de acetato de etila, composto que surge da contaminação por uma bactéria acética que ataca o álcool do vinho.
Explicado o papel que a rolha pode desempenhar na hora de conhecer um vinho, vale lembrar que há outras opções de vedantes, alguns até melhores no quesito cuidado e higiene, como a screw cap e o vinolok.
Já quanto aos possíveis defeitos do vinho citados acima, não se preocupe! Embora sejam de uma boa variedade, não ocorrem assim com tanta frequência.
E o vinho, tenha certeza, irá na grande maioria das vezes alegrar e não decepcionar. Saúde!