Os negociantes do vinho
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Saiba quem são e qual é a função desses importantes profissionais que fazem parte do mundo do vinho.
As negociações envolvendo uvas e vinhos existem há muitos anos. Há indícios de que esse mercado surgiu com as civilizações do oriente. Antigamente, o vinho era produzido por famílias que integravam a classe da nobreza, porém, devido à posição social superior, eles não se envolviam com a venda e com os consumidores.
Com isso, foram surgindo os corretores e negociantes do mundo do vinho, que compravam dos nobres e revendiam. No decorrer do tempo, esses corretores e negociantes adquiriram conhecimento sobre viticultura, além de fortuna e poder na sociedade.
Hoje, os negociantes ou “négociant”, em francês, são de extrema importância no mercado do mundo do vinho. eles costumam de trabalhar sozinhos, um cargo de confiança que passa de pai para filho, mas também existem empresas específicas que cumprem esse papel.
Encontrados em diversos países, principalmente na França, esses profissionais têm o objetivo de comercializar os vinhos no mercado internacional. Entretanto, mais que divulgar e fornecer rótulos para o mundo todo, o negociante também pode atuar como vinificador e engarrafador.
Casos em que o negociante é também o vinificador e engarrafador
– A vinícola produz uvas de qualidade, mas não possui recursos financeiros para entregar o vinho engarrafado e rotulado.
– A produção da vinícola é pequena.
– A estrutura física da vinícola não permite realizar a vinificação e armazenar o vinho durante a fase de amadurecimento e envelhecimento antes de ser comercializado.
Essa questão de vinificar e engarrafar o vinho é permitida, pois os negociantes possuem a estrutura necessária e também o conhecimento no assunto, seguindo todas as regras exigidas, caso o exemplar integre alguma classificação específica ou denominação de origem.
Para identificar se o vinho, nesse caso elaborado na França, foi engarrafado por um negociante, basta ficar atento às informações em francês “Négociant” ou “Mis en la Bouteille par” estampadas no contrarrótulo do exemplar.
Também existem casos em que o produtor entrega o vinho pronto, mas não quer se envolver na comercialização e divulgação, focando e se especializando apenas na produção do exemplar. Por ser um cargo de responsabilidade e confiança, algumas vinícolas possuem parcerias com negociantes por diversas gerações.
O negociante pode comercializar qualquer vinho, tanto os engarrafados por ele, quanto os que saem prontos da vinícola, que trazem no contrarrótulo o termo em francês “mis en bouteille au château” ou “mis en bouteille a la propriété”.
Esse mercado é muito disputado e possui alto risco financeiro, principalmente, quando se tratam de vinhos já consagrados, de renome. Os negociantes podem adquirir os rótulos dos produtores de diversas formas, podendo fechar negócio até mesmo antes do período da colheita das uvas. Alguns fazem contratos de longos anos, garantindo muitas futuras safras.
Curiosidades
– Somente em Bordeaux existem cerca de 300 negociantes (individuais e empresas), atuando em 170 diferentes países.
– Um mesmo produtor pode vender vinho para mais de um negociante.
– O Conseil Interprofessionnel du Vin de Bordeaux (CIVB) é um conselho francês desenvolvido para regulamentar os preços dos vinhos, evitando a desvalorização e a grande divergência de valores praticados entre os negociantes.
– Para ter uma ideia da importância desses profissionais no mercado do vinho, na França, cerca de 60% dos exemplares são engarrafados por negociantes.