Minha história com o vinho
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Conheça a trajetória do nosso Winehunter Manu Brandão pelo mundo do vinho.
Por Manu Brandão
O vinho sempre esteve presente em minha vida, cresci em meio a essa cultura.
Para quem não sabe, sou francês e tive a sorte de ter nascido em Bordeaux. Aos dois anos de idade, minha família se mudou para Pessac, comuna francesa próxima à Bordeaux, e lá estudei até o segundo grau.
Aos 13 anos, participei de um programa escolar que consistia em acompanhar cada detalhe dos procedimentos de produção de um vinho, desde a colheita até a vinificação. A atividade durou cerca de um mês e foi realizada no famoso Château Haut Brion.
Nessa época nem imaginava que poderia atuar nesse ramo, mas foi algo marcante que deu início ao meu encanto pelo mundo do vinho. O registro acima é desse período, e eu sou o rapaz em destaque.
Dos 16 aos 18 anos, participei de colheitas em diferentes Châteaux de Pauillac e Pomerol para ganhar um pouco de dinheiro. Daí para frente, ingressei no ramo da gastronomia e aprendi a elaborar cartas de vinhos para restaurantes. Atuei em muitos até chegar ao Restaurant Le Chai, em Bordeaux, onde fui premiado com a Plaque d’Argent, concedida pelo Conselho Inter Professional dos Vinhos de Bordeaux (CIVB), no ano 2000.
Cheguei ao Brasil em 2002, na cidade de Curitiba, e lá abri um restaurante em sociedade, o Bistrot la Table. Na época, quando fui elaborar a carta de vinhos não encontrei no mercado brasileiro muitas das opções que gostaria de ter em meu estabelecimento. Mas, com o passar do tempo e muita procura, consegui elaborar uma boa carta e, por isso, recebi o 3º lugar como melhor sommelier, no prêmio Gula.
Após quatro anos escutando dos meus clientes que “vinho francês é bom quando caro e ruim se for barato”, comecei a me interessar por importação, e vi que essa frase tinha sentido, pois temos muitos custos para viabilizar os rótulos no Brasil. Com a ajuda do meu filho e as percepções que obtive, deixei o restaurante e abri uma importadora de vinhos exclusivos de Bordeaux.
Em meio às minhas viagens pelo Brasil, conheci o Rogerio, presidente da Wine. E, em 2009, começamos uma parceria. No início de 2013, por razões familiares voltei para a França e vendi a importadora. Como não queria perder a conexão com o Brasil, selecionei produtores de várias regiões da França e iniciei um novo projeto para levar aos brasileiros boas ofertas.
Para isso, aproveitei os contatos que tinha e, em conversa com o Rogerio, ele me perguntou se eu era um Winehunter. Confesso que o termo era novidade para mim, mas, mesmo assim, marcamos um encontro na Prowein, feira de vinhos na Alemanha. Nesse dia, registrado acima, fui apresentado ao Vicente.
Em seguida, marcamos uma degustação na minha casa, em Bordeaux, e passamos a ser colegas nessa aventura que é a vida de Winehunter. E de lá para cá, tenho tido muita satisfação.
Esses quase 30 anos de atuação no ramo me trouxeram conhecimento e cultura quando o assunto é vinho. O melhor de tudo é obter reconhecimento por isso, principalmente em minha cidade, onde fui condecorado – junto com Vicente – Embaixador dos Vinhos de Bordeaux. Sem dúvida, um incentivo para continuarmos a fazer o nosso melhor.
Santé!