Mais uma experiência incrível
- 16 curtidas
- 760 visualizações
- 0 comentários
A revitalização de uma vila na Itália e o nascimento de um grande tinto
Fomos convidados a conhecer o resultado de um grande projeto, que nos foi apresentado há dois anos. Trata-se do ressurgimento de uma vila na Toscana e da elaboração de um novo Supertoscano que, estima-se, em curto prazo estará na lista dos top 10 entre os vinhos produzidos na região.
É sempre bom esclarecer que o termo Supertoscano é utilizado para designar os cobiçados exemplares produzidos na Toscana a partir de um blend com uvas nativas e francesas. Essa categoria de vinhos não oficial – ou seja, não reconhecida pelo sistema de classificação dos vinhos italianos – surgiu nos anos 1980. A maior parte é elaborada com a uva emblemática da região, Sangiovese, com uma variedade de Bordeaux, como Merlot ou Cabernet Sauvignon.
O projeto teve início no ano 2000, quando Guy Hands, um dos maiores investidores britânicos, e sua mulher, Julia Hands, adquiriram 850 hectares na Toscana – 22 deles ocupados por vinhedos da vinícola Villa Saletta. Os Hands são apaixonados por vinhos e cultura.
Fomos convidados para conhecer a vila, que, após a aquisição, levou seis anos para começar a ser reformada, por tratar-se de um patrimônio que requer certos trâmites e autorizações. A produção de vinhos foi o primeiro foco da restauração da propriedade, com a renovação de vinhas velhas e o plantio de novas parcelas. A cereja do bolo: a utilização de técnicas modernas e tradicionais de vinificação alavancaram o reconhecimento da Villa Saletta como uma as vinícolas mais avançadas da Itália.
A localização é ótima, a 30 minutos de Pisa e a 45 de Florença, por onde chegamos. Logo na primeira refeição, apreciamos a tradicional bisteca fiorentina. Sempre, claro, na companhia de bons vinhos.
A previsão é de que as novas obras comecem em 2020, com um investimento de 400 milhões de euros, um projeto louco, com hotéis, restaurantes e vista panorâmica para uma típica paisagem toscana. É um lugar encantador, com muito potencial. Interessante que as construções parecem ter parado no tempo – a vila foi abandonada em 1997 e continua no mesmo estado. Visitamos os prédios, duas capelas, a antiga fábrica de azeite, a vinícola, as ruas típicas e os muros internos, todos pintados. É um privilégio termos sido convidados para visitar um lugar que, de tão especial, serve de cenário para a gravação de séries e filmes italianos.
Mantendo a tipicidade regional, duas vilas já foram reformadas e estão hospedando turistas. Nossa estada em uma delas foi incrível, com um café da manhã especial.
A vinícola tem alto nível, com vinhedos de Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot e Sangiovese, uvas propícias para a produção de Supertoscanos. Dos Châteaux de Bellefont Belcier e Tour Saint Christophe, em Bordeaux, veio nosso amigo JC, como chamamos o Jean-Christophe Meyrou, para prestar consultoria. Com o enólogo David Landini (vindo da aclamada Antinori), formam o savoir-faire franco italiano que vai gerar grandes exemplares.
Saindo da vila, como deixar de conhecer Pisa? Pois foi lá mesmo que jantamos, passando pela famosa e incontornável torre, que é mais incrível ainda “ao vivo”. Jantamos no centro da cidade, com mais vinho, comparando exemplares da safra de 2015 de um Tignanello e Villa Saletta.
Ao longo de nossa trajetória profissional, já degustamos vários Supertoscanos. E temos a convicção de que este será, em um futuro próximo, um dos mais procurados.
Aguarde! Em breve, alguns exemplares com indicação dos Winehunters!
Salute a tutti!!
Manu Brandão & Vicente Jorge