Fala, Mansfield!
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Em entrevista exclusiva à Wine.com.br, o humorista Marcelo Manfield conta como é a vida de “senhor-propaganda”, dá suas dicas de rótulos favoritos e dispara: “vinho é assunto sério”
Em 34 anos de carreira, o ator e humorista paulistano Marcelo Jackson Pacheco, o Marcelo Mansfield, já fez de tudo um muito: 14 filmes para o cinema, mais de 500 comerciais de televisão, 25 espetáculos para o teatro, entre apresentações de stand-up e peças, e mais de 15 novelas e minisséries, como Mulheres de Areia e Chiquinha Gonzaga (ambas da Rede Globo). Mansfield também apresentou programas de humor na televisão e no rádio, escreveu livro, foi colunista do jornal Folha de S.Paulo e da revista Contigo! e colaborou para várias outras publicações.
Com tanta experiência acumulada do alto de seus respeitáveis 62 anos, Marcelo é hoje um dos nomes mais importantes do stand up comedy no Brasil. E ele não para. Na ocasião desta entrevista, o humorista estava no Rio de Janeiro, gravando o seriado Filhos da Pátria, de Bruno Mazzeo – com estreia prevista para setembro na Globo Play – e atuando, simultaneamente, na peça Malvadas, em São Paulo. Além disso, neste segundo semestre ainda estará na série A vida secreta dos casais, da HBO, e no filme Coração de Leão, com Juliana Paes e Leandro Hassum.
Um dos talentos mais atuantes nas campanhas do Clube Wine – ou, como ele mesmo diz, “um senhor-propaganda, não mais garoto-propaganda” –, Marcelo conversou com a jornalista Alana Della Nina para a seção “Um brinde com”, na revista Wine.com.br de agosto de 2019, onde você confere a entrevista na íntegra. Mas tudo bem, aqui você pode conferir uma palhinha deste papo tão saboroso.
Como você foi apresentado ao vinho?
Quando eu era criança. Mas calma, deixa eu contar direito: meu pai era super aventureiro, adorava viajar com a gente de jipe, isso lá pela década de 1960. Aí ele começou a levar a família para passar as férias em uma cidadezinha chamada Iomerê (SC), perto de Videiras. Lá tinha um monte de fazendas de uva, famílias italianas que faziam vinho de um jeito bem artesanal. Minha mãe adorava. Nós, as crianças, ficávamos só no suco de uva, mas cresci nesse ambiente. Já mais velho, eu voltava a Iomerê com meu irmão e, aí assim, a gente tomava vinho. Era muito bom. Depois disso, fomos desbravar outras regiões, como Bento Gonçalves e Caxias do Sul (RS).
Você teve outras experiências marcantes com vinhos?
Sim, em 1990, fui morar na Inglaterra, onde dividi casa com uma francesa. Todo dia, no fim da tarde, ela tomava meia taça de vinho com um queijinho. E eu, um pão com manteiga e café. Era nosso lanchinho! E fui aprendendo com ela sobre esse universo. Além disso, trabalhei em um winebar, onde sofistiquei muito meu gosto por vinhos. Eles serviam excelentes rótulos europeus, como o espanhol Faustino e os maravilhosos Châteauneuf-du-Pape. Aliás, tenho uma história engraçada no winebar envolvendo um Châteauneuf-du-Pape.
Conte!
Uma vez um inglês estava tomando um desses vinhos caríssimos. Até que, lá pelas tantas, ele decidiu fazer um spritzer e jogou água com gás dentro do vinho. Foi um crime! Tinha um monte de francês em volta, eles ficaram indignados. Ninguém acreditou que o cara estava jogando água em um Châteauneuf.
Você põe em prática harmonizações?
Olha, sou leigo em harmonização, mas acho que, no fundo, todo mundo que bebe vinho tem um certo instinto para fazer combinações com comida. Quando sirvo um vinho para visitas, por exemplo, é natural pensar com qual prato ou petisco aquele rótulo combinaria. Mas tudo combina com vinho, né?
Com certeza.
Você sabe que uma vez me disseram que paçoca harmoniza com vinho? Acho que com espumante. Pirei com essa informação. Paçoca? Se bem que vinho é assunto sério. Já virou até adjetivo, tipo “Comprei um carro bordô, amei seu vestido champagne, acho que vou passar esse esmalte rosé”. O vinho tem tanta utilidade, né? Para tudo. Dependendo do tamanho da garrafa, dá até para segurar uma porta.
E você prefere os tintos ou os brancos?
Tinto, sempre tinto. Tomo branco eventualmente, para acompanhar um peixe, por exemplo. Mas nunca comprei vinho branco, a não ser Frascati. Ah, e em uma época quando lançaram o freezer doméstico, foi aquela loucura, imagina, ter freezer em casa. Aí começou uma moda de ir cozinheiro na casa das pessoas fazer comida para congelar. Chamei uma mulher que uma amiga indicou. Ela me pedia para comprar duas garrafas de vinho, um tinto e um branco e colocava vinho em todos os pratos, acho que até no arroz dela tinha vinho.
A entrevista completa você confere na revista Wine.com.br número 116, de agosto de 2019. Aproveite!