Entrevista: Beth Liston, enóloga-chefe da Dark Horse
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À frente de uma das linhas de maior sucesso da californiana E&J Gallo Winery, a enóloga conta sobre o desafio de transformar o universo do vinho diariamente
Se Beth Liston pudesse definir sua jornada em uma palavra, certamente seria desafio. A enóloga-chefe da Dark Horse, uma das marcas da E&J Gallo Winery – o maior grupo vitivinícola do mundo –, é movida diariamente pela próxima aspiração – seja criar um blend com uma variedade desconhecida, seja apostar em formatos diferenciados em um mercado muitas vezes tradicional.
Ou mesmo produzir excelentes vinhos a custos mais baixos. “Amo desafios. Funciono muito bem sob pressão”, diz Beth.
A trajetória de Beth
Californiana, Beth cresceu em localidades onde vinhedos praticamente fazem parte do caminho. E sendo assim, o envolvimento com a vitivinicultura acabou se tornando um caminho, digamos, quase natural.
Formou-se, primeiro, em administração de empresas. E só depois, aos 21 anos, foi trabalhar na sala de degustação de uma vinícola, onde se apaixonou pela arte de elaborar vinhos.
Após um hiato de cerca de dois anos na área de vendas, decidiu voltar a estudar, agora focada em enologia. E foi durante a faculdade que começou sua trajetória na E&J Gallo em 2005, como estagiária. Beth passou por mais duas vinícolas e, dois anos mais tarde, voltou à Gallo, onde subiu degrau por degrau até chegar à direção da enologia e tornar-se responsável pelo badalado rótulo Dark Horse, lançado em 2010 pela vinícola.
Com um pé na inovação e sem medo de ousar, a enóloga parece estar sempre um passo à frente do mercado. Além de oferecer rótulos premium a preços mais acessíveis, a Dark Horse não teme lançar novidades, como o vinhos comercializados em latas. Ela respondeu às nossas perguntas por e-mail sobre sua trajetória profissional e sua visão sobre o mercado
Como você se tornou uma enóloga?
Cresci na Costa Central da Califórnia, uma região cercada por vinícolas. Me pareceu, na época, que seria um trabalho legal. Então, fiz um curso técnico em vinho e viticultura na Universidade Politécnica Estadual da Califórnia, a Cal Poly, em San Luis Obispo, e, no dia seguinte ao meu aniversário de 21 anos, comecei a trabalhar na sala de degustação de uma vinícola. E assim me apaixonei pela arte e a ciência da enologia!
Você já declarou que é movida a desafios. Quais são seus maiores atualmente?
Penso no que irá levar uma pessoa a escolher a sua garrafa em um corredor lotado delas – este é sempre o maior desafio de todos. Então, acho que um grande desafio é tentar se destacar em um mar de vinhos e se diferenciar como profissional. Além de também estar à frente das tendências e de todo o mercado de bebidas No geral, adoro a forma como todo dia meu trabalho representa um desafio.
Levando em consideração sua vasta experiência como enóloga, quais uvas podem ser representadas como um desafio?
Bem, cada variedade é diferente, única. E o desafio está em como você controla essas diferenças. É preciso entender o que as vinhas poderão te oferecer e o que você pode fazer com isso – talvez mudar as temperaturas de fermentação ou escolher determinada barrica ou quais variedades vão render um blend interessante. Sabe que há um pouco de arte nisso? Combinar todos esses sabores e texturas.
Confira a entrevista completa na edição 123 (março de 2020) da Revista WINE.
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Por Alana Della Nina