Vinho no Uruguai: pequeno em território, notável na produção
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Com o passar dos anos, o país passou a ter a Tannat como uva emblemática, e a produzir vinhos bons em custo-benefício, conquistando o mercado internacional. Saiba mais!
A trajetória das uvas viníferas no Uruguai começou há cerca de 300 anos, por influência dos europeus (franceses e espanhóis, principalmente).
Já a produção de vinhos, por sua vez, é um pouco mais recente, datada da segunda metade do século 19. Foi nesta época que descobriram que a Tannat se adaptava bem ao terroir uruguaio.
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Atualmente, a variedade é considerada emblemática no país, que ocupa a quarta posição entre os produtores de vinho na América Latina.
Cerca de 40% dos vinhedos uruguaios são ocupados pela Tannat, mas outras uvas também se destacam: Merlot, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Sauvignon Blanc são alguns dos exemplos.
Nos anos 1990, com a expansão do mercado de vinhos uruguaio, o país começou a exportar exemplares de alta qualidade para toda a América Latina, além de Estados Unidos e países da Europa, como Inglaterra.
Hoje, dos 19 departamentos (estados) do país, 16 têm registros de cultivo de uvas das mais diferentes variedades. Abaixo, saiba mais sobre os principais locais de cultivo e produção.
Conheça as regiões produtoras de vinho no Uruguai
- Montevidéu, Canelones e San José
É na região metropolitana, nos arredores de Montevidéu, que está a maior quantidade de vinhedos do país. O terroir é influenciado diretamente pela proximidade com o Rio da Prata.
Em Montevidéu e em Canelones, onde estão as vinícolas mais antigas, o solo é conhecido por ser bem fértil e propício para o cultivo de diferentes variedades de uva, como a Tannat, Merlot, Cabernet Sauvignon e Franc e Syrah.
As temperaturas são amenas em diferentes épocas do ano, não importa se é verão ou inverno.
- Maldonado
Diferente de outras regiões produtoras, em Maldonado, onde está localizado o famoso balneário de Punta del Este, há uma área com muitos morros graníticos que influenciam diretamente no cultivo das uvas.
A produção de vinhos na localidade é mais recente, tendo avançado mais nos últimos 25 anos.
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É a região mais fria de todo o Uruguai, perto do pico mais alto do país e também do Oceano Atlântico, e é considerada por muitos especialistas uma das mais promissoras do mercado uruguaio.
Em Maldonado, é possível encontrar castas como a Tannat, Cabernet Franc, Syrah e Albariño.
- Colônia
Localizada a oeste de Montevidéu, a região de Colônia tem cerca de 500 hectares de vinhas.
Em Colônia, o destaque vai para o cultivo da uva emblemática uruguaia, a Tannat, embora outras cepas também sejam encontradas.
É lá que fica também o distrito de Colônia do Sacramento, uma das mais antigas cidades do país, num ponto bem próximo de Buenos Aires, na Argentina.
- Rivera
O departamento de Rivera fica na divisa com a Campanha Gaúcha, região também produtora de vinhos no Rio Grande do Sul. Por lá, os vinhedos ficam nas encostas de morros, a mais de 200 metros de altitude.
O solo profundo e arenoso contribui para a drenagem da água. As variedades de maturação tardia são as mais bem-sucedidas nas vinhas de Rivera, tais como Cabernet Sauvignon e Tannat.
Legado histórico unido à inovação nas vinícolas uruguaias
As bodegas espalhadas pelo Uruguai reúnem histórias que ajudam a contar sobre a imigração europeia no país, com a tradição passada por gerações de produtores e especialistas em vinhos.
Na maior parte delas, a tradição se une aos princípios sustentáveis de cultivo e de produção de vinhos, com respeito ao meio ambiente e atenção às exigências dos consumidores e do mercado. Conheça um pouco mais sobre algumas vinícolas uruguaias:
1. Bodega Familia Deicas
No final dos anos 1970, a Familia Deicas comprou uma vinícola e passou a investir em novas tecnologias e em novos processos industriais.
A primeira medida, à época, foi apostar no cultivo das castas nobres francesas, para reorganizar a adega dando prioridade à exploração de bons vinhos.
Em um estudo inédito realizado pela equipe da Familia Deicas, descobriu-se que no Uruguai havia regiões com as mesmas características de Bordeaux, favoráveis para o cultivo de vinhedos.
A partir desta descoberta, os especialistas da família uruguaia passaram a visitar países europeus, como França e Itália, e a consultar outros produtores do Novo Mundo, como Estados Unidos, Argentina e Chile, para buscar mais informações e conhecimento sobre o cultivo de uvas e a produção de vinhos.
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Nos anos 1990, a vinícola passou a exportar vinhos para a Inglaterra e expandiu ainda mais os negócios.
Atualmente, o grupo mantém vinhas em diferentes cidades uruguaias, como Canelones, Maldonado e Durazno, além de cultivar também em Mendoza, na Argentina.
Entre as variedades cultivadas pela Familia Deicas no Uruguai, estão a Tannat, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Pinot Noir, Merlot, Petit Verdot e Viognier, entre outras.
2. Familia Traversa
Inaugurada na capital uruguaia, Montevidéu, em 1956, a vinícola Traversa carrega o legado da imigração italiana no país. Com o passar dos anos, o grupo tornou-se referência na produção de vinhos com uvas emblemáticas como a Tannat.
Nos mais de 300 hectares de vinhas próprias, a Familia Traversa investe, além da Tannat, em cepas como Merlot, Chardonnay, Sauvignon Blanc e Cabernet Sauvignon.
Comandada hoje pela terceira geração da família, a Traversa tem como um dos princípios modernizar os sistemas de produção de vinhos, sem deixar de lado a tradição familiar construída ao longo dos anos.
Para isso, a sustentabilidade é palavra de ordem na vinícola uruguaia, que ostenta o primeiro lugar na lista de maiores produtores do país.
Há mais de seis anos, quase toda a energia utilizada pela vinícola é advinda de fontes renováveis, causando o menor impacto possível ao meio ambiente.
3. Viña Varela Zarranz
A história da Viña Varela Zarranz começou em 1933, mas a expansão do negócio familiar só se deu mais de uma década mais tarde, quando o grupo adquiriu uma adega construída em 1888 pelo empresário Diego Pons, pioneiro na vitivinicultura uruguaia.
Desde então, a vinícola passou a unir os conceitos tradicionais do legado de Pons à qualidade trazida com a inovação nos processos de produção dos vinhos.
No total, são mais de 100 hectares de vinhedos com castas francesas: Tannat, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc e Merlot.
Entre as brancas, destaque para a Chardonnay, Sauvignon Blanc, Viognier e Muscat Petit Grain, sendo esta última uma exclusividade do grupo Varela Zarranz.
As adegas e os vinhedos ficam em Joaquín Suárez, a aproximadamente dez quilômetros de distância do Rio da Prata.
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