Abrir Menu Fechar Menu Abrir Campo de Pesquisa Fechar Search
Dicas

Vinho estragado: saiba como identificar e evitar os defeitos da bebida

22 julho 2021
  • 48374 visualizações
  • 0 comentários

Sentiu cheiro de vinagre ou de acetona após abrir um vinho? É possível que ele esteja estragado. Descubra o que causa os defeitos na bebida e como evitar!

Imagine a cena: você reúne amigos ou familiares para um momento especial e decide abrir um vinho. Ao abrir a garrafa, percebe um aroma diferente do que era esperado, talvez até um pouco desagradável e conclui que não será possível consumir aquele exemplar.

Embora pareça algo inusitado, encontrar um vinho estragado na adega de casa não é impossível, já que estamos lidando com uma “bebida viva” que se transforma biologicamente e ganha novos sabores com o passar do tempo.

Dica de leitura: Marqués de Somera e Viña Oria: pérolas espanholas direto de Saragoça

Quando a bebida estraga, as notas florais, frutadas, amadeiradas, entre outras dão lugar a cheiros que podem se assemelhar a vinagre, acetona, mofo e, até mesmo, papelão molhado. 

Por isso, não tem erro! Se você sentiu algum desses aromas incomuns em seu vinho, é sinal de que ele estragou. 

Mas o que aconteceu com o vinho?

Como citamos, o vinho é considerado um “produto vivo” e, por isso, sofre interferência em sua qualidade mesmo depois do envase. 

A origem dos defeitos que causam os aromas desagradáveis na bebida podem variar desde o cultivo da uva até o armazenamento do vinho já na garrafa. Conheça abaixo os defeitos mais comuns:

Vinho bouchonné

É popularmente conhecido como “aroma de rolha” ou “gosto de rolha”. Nesse caso, a bebida traz notas que fazem lembrar mofo e papelão molhado. Esse problema pode ser causado por compostos químicos encontrados na rolha ou nas instalações da vinícola produtora. 

Vinho oxidado

Em doses corretas, a oxidação garante complexidade ao vinho, mas quando o índice de oxigênio não é bem administrado pelo enólogo, a bebida pode oxidar e tornar-se intragável. A oxidação se dá, como o nome sugere, pelo contato excessivo do vinho com o oxigênio e pode ocorrer na vinificação ou mesmo após o engarrafamento.

Brettanomyces

Também conhecida como Brett, a Brettanomyces é um tipo de levedura da família Saccharomycetaceae. Assim como na oxidação, pode trazer benefícios, no entanto, também pode ser prejudicial ao vinho, a depender da concentração na bebida.

Entre os problemas causados pela Brett estão a redução na cor do vinho e o cheiro forte de estábulo ou curral.

Como posso identificar um vinho estragado?

Não é comum que uma garrafa de vinho estrague, geralmente, isso ocorre com vinhos de safras mais antigas, sem potencial de guarda. Para identificar um vinho estragado, é necessário ficar atento aos sinais que ele dá. É possível observar se nas garrafas há indícios de danos causados por armazenamento inadequado, por exemplo. 

Outra dica é avaliar o rótulo. Ele pode indicar se aquela garrafa foi exposta ao sol ou a luz intensa, o que também pode acelerar o processo de oxidação e influenciar nos aromas, além dos sabores esperados no vinho. 

É necessário, porém, ter em mente que não dá para saber se o vinho está realmente danificado até que você abra a garrafa e experimente a bebida. Além disso, existem outros indícios que podem ser interpretados como defeitos mas não são, como por exemplo, o surgimento de pequenos cristais no vinho. Esses cristais são tartaratos que se formam devido ao resfriamento excessivo do vinho e não afetam nossa saúde em nada.

1. Fique atento às características da rolha

Antes de abrir seu vinho, observe a rolha. Ela pode dar sinais do que você vai encontrar, caso seu vinho esteja estragado. Se a rolha estiver com um cheiro estranho, semelhante ao de mofo, é um mau sinal. 

2. Preste atenção ao olfato

Depois que a garrafa já estiver aberta, tenha atenção ao aroma do vinho. É comum que alguns exemplares de vinho tenham aromas não tão convencionais, como petróleo, esmalte, couro e grafite, entre outros, mas não de mofo ou acetona, por exemplo.

3. Cor do vinho também dá sinais

Ao servir a bebida possivelmente estragada em uma taça, você vai notar tons diferentes do que o esperado para aquele vinho. Nos tintos, a coloração ganha tons de cobre, já nos brancos, tons castanhos..

4. Por fim, o sabor

Caso seu vinho apresente na boca um sabor amargo ou semelhante ao gosto de vinagre, é a confirmação de que ele está realmente estragado. Melhor apostar em outra garrafa!

Como evitar o problema do vinho estragado?

Embora seja fruto de um processo natural e biológico, existem alguns fatores que podem ajudar a evitar que o vinho estrague, como detalhes de armazenamento. Abaixo, reunimos algumas sugestões.

Garrafas de vinho na posição vertical ilustram post sobre vinho estragado.

Atenção ao armazenamento

A maneira como você escolhe armazenar seu vinho pode contribuir para que ele estrague. As garrafas devem estar abrigadas em um local fresco e arejado sem mudança brusca de temperatura.

Garrafas longe da luz

O ideal é que o local para armazenamento dos vinhos tenha umidade controlada e fique distante da iluminação. A incidência de luz sobre a garrafa é uma das maiores ameaças para o vinho.

Deixe o vinho deitado na adega

Se o objetivo é manter o vinho por muitos anos na adega, guarde a garrafa deitada. Assim, o líquido da bebida em contato com a rolha não permitirá que ela resseque. O ressecamento da rolha faz com que ela fique mais porosa e, dessa forma, o ar entrará na garrafa e acelera o processo de oxidação. 

Atente ao tempo!

Há quem diga que quanto mais velho, melhor o vinho, mas essa máxima nem sempre se confirma, pois alguns tipos de uvas e vinhos não lidam bem com a ação do tempo. Ao adquirir um exemplar, procure se informar sobre o estilo daquele vinho. Pois há exemplares que saem da vinícola para serem consumidos em no máximo 2 anos, como há também vinhos que nascem para serem consumidos apenas depois de 10 anos.

E você, costuma tomar os cuidados necessários para armazenar seus vinhos? Fique sempre ligado nas dicas dos nossos especialistas, disponíveis na Winepedia, nosso portal de conteúdo, e no podcast Wineverso

Escrito por: Wine