Baco, o Deus do vinho
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Segundo a mitologia romana, o filho de Zeus com uma mortal não só criou o vinho, mas também tornou o consumo de vinho popular em festas e celebrações
Brasileiro ama vinho. E os números não mentem. Houve um crescimento de 27% no consumo per capita de vinhos finos entre adultos nos últimos 5 anos! Só o estado de São Paulo consome, em média, 2,85 litros por pessoa. Países como Portugal e Itália “brigam” para ver quem mais importa pra cá.
Mas, de onde vem toda essa história do vinho? Que contos permeiam o universo da bebida?
Apesar de sua origem ter antecedido a escrita, a história do vinho foi nutrida por cada povo com base em suas crenças: para os cristãos, por exemplo, foi Noé quem plantou um vinhedo e produziu o primeiro vinho do mundo.
Outra versão popular e com um enredo mais dramático vem da mitologia romana e conta a história do deus Baco ou Dionísio, como era chamado pelos gregos.
Quem foi Baco?
Baco, ou Dionísio, é considerado pelos povos antigos o deus do vinho e das vinhas, porém sua origem conta com algumas versões diferentes.
Baco é fruto do adultério de Zeus com a mortal Sêmele. Quando Hera, esposa de Zeus, descobriu a traição de seu marido, se vingou convencendo Sêmele a pedir a ele que aparecesse para ela como o deus grandioso que é – sabendo que isso mataria a amante.
Mas, Hera não sabia que Sêmele estava grávida de Zeus, que conseguiu salvar o feto e o costurou em sua própria coxa para terminar de gerar o filho. Após o nascimento do menino, a fúria de Hera não diminuiu, e para protegê-lo, Zeus o enviou para ser criado na Índia.
Após o nascimento do menino, a fúria de Hera não diminuiu, e para protegê-lo, Zeus o enviou para ser criado na Índia.
Já na vida adulta, as teorias sobre Baco se dividem: a mitologia romana diz que ele, sozinho, descobriu como transformar uvas em vinho e que o fato gerou tanta inveja de Hera, que ela o transformou num andarilho maluco. Baco só teria sido curado pela deusa Cibele e seus rituais religiosos quando chegou na Frígia, atual Turquia. De volta à sanidade, passou a compartilhar seu conhecimento com todos os povos no longo caminho até sua terra natal: a Grécia.
Para a mitologia grega, o deus do vinho teve um professor: o sátiro Sileno, que também era melhor amigo de Baco e diz que juntos disseminaram tudo que sabiam sobre produção de vinho por onde passaram. Esse é um dos contos mais acreditados.
Apesar dos mitos terem pequenas variações de uma cultura para outra, um fato pode ser confirmado por ambos: foi Baco quem trouxe novos costumes àqueles povos.
Os “bacanais”
Isso porque a bebida passou a regar as festividades e dar uma nova perspectiva ao conceito de diversão da época: além do excesso de vinho, os cultos a Baco também ficaram conhecidos pela fartura de comida, bebida, dança e erotismo. Foi aí que surgiu o termo bacanal, conhecido por nós.
Baco se eternizou como deus do vinho fazendo da bebida a protagonista de momentos de celebração e regando aqueles que o seguiam com o néctar que é – literalmente – dos deuses.
Deus do teatro
Vale dizer que ele não era apenas um deus “fanfarrão”. Além dos excessos, seus bacanais também eram palco de uma expressão artística em que pobres se vestiam de ricos, mulheres de homens, prostitutas fingiam ser donzelas e eles chegavam a passar dias encenando.
Dessa tradição, surgiu um concurso de peças cômicas que pouco a pouco foi se assemelhando com o teatro dos dias atuais. Por isso, é possível encontrar referências que também o colocam como o deus do teatro, dos excessos e da loucura.
Baco foi o único deus filho de uma mortal a entrar no Olimpo, morada dos deuses, e seu lado humano o tornou protetor e representante daqueles que buscavam por uma vida fora dos padrões. Não à toa, seus seguidores eram em maioria jovens cantores, dançarinos e apaixonados por vinho.
Assim, com todo esse contexto histórico fica difícil não amar todo o universo que permeia o vinho, né? E de quebra, você ainda pode garantir os melhores rótulos no nosso site. O que acha de comemorar assim?