Como saber qual é o corpo do vinho
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Do mais leve ao encorpado, o que é preciso saber para definir qual é o corpo do vinho? Descubra aqui!
Explorar as sensações que um vinho nos oferece pode ser uma jornada intrigante, mas também desafiadora. Afinal, a percepção de sabores e aromas é altamente subjetiva, variando de pessoa para pessoa e influenciada por uma série de fatores, desde o estado emocional até o que foi consumido anteriormente.
O universo do vinho muitas vezes parece ser como a Torre de Babel, em que diferentes escolas de degustadores criam suas próprias linguagens e interpretações. Quando se trata do corpo do vinho, essa diversidade de entendimentos se torna ainda mais evidente.
O enólogo francês renomado, Émile Peynauld, em seu livro “O Gosto do Vinho”, tentou classificar essa característica usando uma escala que vai desde vinhos “esqueléticos” e “magros” até vinhos “bastante encorpados”, “muito encorpados” e “pesados”.
Já o também renomado italiano Giancarlo Bossi, em seu livro “Teoria e Prática da Degustação dos Vinhos”, fala que um vinho em relação ao corpo pode ser magro, ligeiro de corpo, de bom corpo, muito encorpado e massudo.
A nós cabe o ato de simplificar. Então, vamos lá! Quando falamos em corpo do vinho, nos referimos à sensação de maior ou menor densidade que a bebida apresenta em boca.
Seguindo esse pensamento, nós optamos por palavras que representam as diferenças de corpo de um vinho de forma mais objetiva.
Continue lendo e descubra mais!
As diferenças de corpo do vinho
Ralo ou aguado
Vinho de mínima densidade, próximo à sensação de beber um refresco.
Leve
Vinho que apresenta estrutura. Delicado, porém de qualidade.
De médio corpo
Vinho com corpo nítido, de boa densidade, mas sem ser encorpado. Uma grande parte dos vinhos produzidos se encaixa nesta faixa, inclusive os mais versáteis em termos de harmonização enogastronômica.
Encorpado
Vinho nitidamente denso, muitas vezes até viscoso, concentrado.
Pesado
Vinho excessivamente denso, às vezes, devido a um desequilíbrio dos seus componentes.
Certas uvas geram vinhos mais encorpados
O curioso é que há certas variedades de uvas que podem gerar vinhos mais encorpados com maior facilidade (Tannat, Cabernet Sauvignon, Nebbiolo etc). Porém, por si só, não garantem esse resultado, pois as técnicas usadas na vinificação podem ser determinantes na concentração da bebida.
Para que a comunicação também não fique cansativa com o uso constante dos mesmos termos, há palavras que usamos como sinônimos para vinhos leves, como delicado e fino.
Já os encorpados, também chamamos de corpulentos, robustos, espessos, densos e concentrados. E para um vinho de corpo médio, termos como de média densidade ou de média concentração são utilizados.
Após aprender tudo isso, nada como entender na prática. Junte os amigos e deguste os três vinhos abaixo em uma mesma ocasião para perceber as diferenças.
Boa degustação!
Vinhos de corpo leve
Esse exemplar traz uma característica jovem, leve, frutada, de acidez média e final agradável. Os vinhos Dark Horse são produzidos pela Gallo, uma das maiores empresas vitivinícolas do mundo.
Sibaris Gran Reserva D.O. Valle de Leyda Pinot Noir 2021
Um vinho elegante, complexo, muito refrescante e muito versátil para harmonizações. Suculento, este Pinot Noir de clima frio é feito a partir de cachos colhidos precocemente com sua maturidade ideal.
Vinhos de corpo médio
Alma Tierra Cabernet Franc 2022
Com notas de frutas pretas, como ameixa, sutis notas herbáceas e de especiarias, este é um vinho com estilo descomplicado, jovem, frutado e com agradável frescor, ótimo para acompanhar momentos leves e descontraídos, como aperitivo, ou acompanhando uma noite de pizzas.
Um rótulo californiano de corpo médio, acidez agradável e taninos macios, apresenta também bom final e harmoniza deliciosamente com churrasco, nhoque à bolonhesa e pizzas.
Vinhos encorpados
Kinast CKC Edition Gran Reserva Cabernet Sauvignon Petit Verdot 2021
Produzido com um saboroso blend da Cabernet Sauvignon com a Petit Verdot, este exemplar passa 12 meses em barricas de carvalho francês, o que lhe confere maior complexidade, corpo e estrutura. Apresenta acidez média para alta, e final agradável e persistente.
Filippo Figari 1937 Único Malbec 2021
Um vinho vegano e sustentável, dedicado a expressar genuinamente a sua origem, tem notas de violetas, frutas vermelhas e pretas, com toque de tabaco e especiarias. Na boca é intenso, com boa acidez, taninos polidos e longa persistência. Fica uma delícia com bife de chorizo ao chimichurri, ossobuco ao vinho tinto e espaguete com almôndegas de lentilha ao sugo.
Quer continuar no assunto?
Confira o episódio #109 do Wineverso Podcast, onde Vitor Zorzal conversa com as sommelières Cibele Siqueira, Marina Bufarah e Thamirys Schneider sobre, exatamente, o corpo do vinho!