Como servir vinhos
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Regras de etiqueta à parte, alguns procedimentos de serviço são bem-vindos para que sua experiência com com seus rótulos seja a melhor possível. Saiba como servir os vinhos corretamente.
Servir um vinho soa como algo razoavelmente fácil: é só abrir a garrafa e derramar o líquido na taça. Bem, pode até parecer, mas quem já lutou contra uma rolha de cortiça quebrada ou tomou um vinho branco quase à temperatura ambiente, percebeu que o serviço correto não é algo dispensável.
Armazenamento correto
Para evitar que a evolução do vinho seja comprometida, a garrafa precisa ser guardada em um local que não tenha fonte de calor, como a cozinha, por exemplo. Também é preciso que o ambiente tenha fatores constantes, como temperatura (entre 13 °C e 15 °C) e umidade (em torno de 65%). Essa área também deve ser livre de trepidações e de exposição à luz.
Muitos clientes perguntam se a WineBox é uma opção segura para guardar os vinhos. Se o consumo for constante, ou seja, “comprou, bebeu”, é seguro guardar os vinhos nela, sim. É só procurar um ambiente em casa que tenha as características citadas (ou o mais próximo possível) e deixar as garrafas dentro da WineBox. Como as garrafas não irão esperar longos anos para serem abertas, não é preciso se preocupar com a posição vertical.
Se o objetivo for guardar por muitos anos, a adega climatizada é a melhor opção. Com ela, o risco de ter uma surpresa desagradável ao abrir um vinho que você guardou é muito menor.
Adega climatizada, balde de gelo, geladeira e freezer
Ao adquirirmos uma adega, escolhemos a temperatura que desejamos para armazenar os vinhos – o ideal é programá-la sempre para 15 °C, que é a temperatura considerada ideal para conservar as garrafas e também para o consumo da maioria dos tintos (fica o alerta para quem utiliza temperaturas acima de 15 °C). Nesse caso, o vinho pode ser servido logo após ser retirado da adega.
Como são consumidos mais resfriados, as garrafas de espumantes, brancos e rosés podem ser colocadas, depois de serem retiradas da adega, na geladeira, no freezer ou em baldes com gelo e água, para baixar mais a temperatura antes do consumo.
Também há alguns modelos de adega que permitem programar espaços com duas temperaturas diferentes e, nesse caso, só é preciso resfriar o vinho que requer uma temperatura de consumo abaixo da programada pelo aparelho. Se a adega for improvisada em casa, sem climatização, é recomendável que todos os vinhos sejam resfriados antes do consumo.
O termômetro é uma opção pessoal, não uma regra. Uma forma mais simples de deixar o vinho na temperatura de consumo ideal – ou próxima dela – é considerar o tempo como parâmetro. Por exemplo, bastam 20 minutos no balde com gelo e água (ou 30 minutos no freezer, ou cerca de duas a três horas na geladeira) para alcançar a temperatura ideal de consumo dos brancos e rosés.
Para os espumantes, bastam 30 minutos no balde com gelo e água ou 40 minutos no freezer, ou então três horas na geladeira. Para os tintos, podemos considerar cerca de sete minutos no balde com gelo e água, ou 10 minutos no freezer, ou 40 minutos na geladeira. Além de buscar a temperatura de consumo ideal, é preciso também mantê-la durante a degustação.
Saca-rolhas
Quanto ao abridor, o melhor é aquele que se usa com facilidade, sem esforço, que transmite mais segurança a quem vai abrir o vinho. Existe uma infinidade de modelos no mercado, dos mais simples e tradicionais aos mais modernos e até eletrônicos.
Os modelos de dois estágios e o lever (alavanca) são fáceis de usar e de manusear sem complicação. Para quem ainda não encontrou o modelo ideal, esses dois são bacanas, mas vale lembrar que a intimidade com o abridor vem com a prática. Aproveite esse pretexto para ter mais momentos com vinho.
O que fazer com a cápsula
Na hora de retirar a cápsula dos vinhos, há quem prefira removê-la completamente. Outros preferem cortá-la apenas no espaço necessário para retirar a rolha. É muito pessoal, não existe regra. Mas para quem decide cortar, a dica é fazê-lo abaixo do gargalo, para evitar qualquer tipo de contato do líquido com a cápsula no momento de servir o vinho, visto que ela fica totalmente exposta ao ambiente. Além disso, é preciso ter atenção com possíveis resquícios.
Para que nada caia dentro da garrafa ou da taça, passe um pano ou guardanapo no gargalo. Isso vale também para os vinhos que, no lugar da cápsula metálica, possuem cera.
Sobre a possibilidade da rolha estar ressecada, se houver certa dificuldade ao começar a abrir uma garrafa – como perceber a rolha mais dura –, tenha em mente que a retirada dela irá exigir maior cuidado, pois pode ser um indício de que esteja ressecada.
É possível que isso aconteça se o vinho for de uma safra mais velha ou por alguma consequência do armazenamento inadequado – a baixa umidade causa o ressecamento da rolha, possibilitando vazamento do líquido e entrada de oxigênio na garrafa. Esse problema pode acontecer quando se deixa o vinho por um longo tempo na geladeira, ou em ambientes naturais em cidades com umidade muito baixa.
Se a rolha quebrar, é possível tentar tirar o pedaço que ficou preso com o saca-rolhas, colocando o espiral novamente, sempre pressionando para a parede do gargalo, nunca para baixo. Caso a única saída seja empurrar o que restou da rolha para dentro da garrafa, faça isso, e, antes de servir o vinho, utilize o decanter; dessa forma, evita-se que fragmentos caiam na taça.
E quantidade certa a ser servida?
O indicado é que para as taças de vinhos brancos, rosés e tintos, sejam servidos cerca de um terço do volume da taça. Já para as taças de espumantes, recomenda-se cerca de dois terços do volume. Apesar de parecer tentador, o ideal é não encher a taça por completo, pois assim conseguimos girar o líquido na taça para liberar os aromas, sem correr risco de derramar o vinho.
Outro ponto é que quando servimos em quantidades menores, conseguimos degustar o vinho sempre na temperatura ideal, evitando que ele esquente demais ou até mesmo o desperdício.
Como prevenir acidentes ao abrir um espumante?
Antes de tudo, é preciso verificar se a garrafa está na temperatura de serviço indicada, informação que você sempre encontra nas fichas técnicas do nosso site e também no quadro desta reportagem. A pressão dentro de uma garrafa de espumante é muito grande.
Há outra questão importante: quando a garrafa está em temperaturas mais altas, é maior o risco de desperdiçar o líquido após a retirada da rolha. Outro ponto é que a degustação do espumante é muito mais agradável na temperatura ideal.
Decantar: é preciso fazer isso sempre?
Não. O objetivo de decantar o vinho é aerá-lo e também separar o líquido dos sedimentos (borras). Algumas pessoas analisam se o vinho tem presença de borras antes mesmo de abrir a garrafa. Outras detectam ao servir a primeira taça. Para quem prefere descartá-las, esse é o momento de utilizar o decanter.
Basta transferir todo o vinho para o recipiente, o ideal é que o líquido seja despejado em contato com as paredes de vidro do decanter. Após essa transferência, os sedimentos vão se concentrar no fundo, e pode-se servir o vinho diretamente do decanter para a taça. Mas se essas borras não incomodam, não há problemas em ingerir o vinho tranquilamente, elas não fazem mal.