Como funciona a sua língua na hora de beber vinho
- 11 curtidas
- 14846 visualizações
- 0 comentários
O vinho foi feito para ser percebido na boca, portanto, entenda como apreciá-lo da forma correta
O vinho é uma bebida para ser degustada. Além de girar a taça e sentir o aroma, é preciso sentir o vinho na boca. O ritual tem um bom motivo, e é para apreciar ao máximo esse líquido milenar.
Ao colocar o vinho na boca, primeiramente ele deve ser mastigado, deixando que afunde a língua para que a bebida passe pelo palato e você possa sentir suas características, como corpo, consistência e maciez.
Com o líquido ainda na boca, também é possível fazer um bico, sugando o ar para provocar a evaporação do álcool e sentir os aromas na boca.
Após engolir, percebe-se um amargor no fim da língua, quase na garganta, além de um calor provocado pelo álcool no descer da bebida rumo ao estômago.
Após essa explicação, é possível perceber que o momento em que o vinho está em contato com a sua língua é decisivo para a apreciação da bebida.
Entendendo o nosso paladar
Cada gosto é percebido em uma região da língua, certo? Errado! Cada região possui mais sensibilidade para cada gosto, mas em todo esse músculo você pode sentir todos os gostos, bem como no céu e nas paredes da boca, e até mesmo na epiglote e na faringe.
É importante entender que nossa língua é capaz de sentir mais gostos do que doce, salgado, azedo e amargo. Hoje, o umami e o aquoso também já são gostos considerados pelos estudiosos.
A saliva também tem papel essencial para a percepção dessa sensação, pois sua quantidade e composição variam de pessoa para pessoa.
É graças à complexidade do nosso paladar que o sabor de um vinho pode ser tão fascinante.
Vale lembrar que sabor é um conjunto de informações sensoriais que são produzidas em toda a boca, formado a partir da percepção gustativa, olfativa e tátil, chamada de sensibilidade oral.
Mapa simplificado do vinho na boca
De uma forma simplificada, na ponta e no fundo da língua é que sentimos se o líquido se trata de um exemplar seco, meio-seco ou suave. Um vinho mais adocicado é melhor percebido na ponta da língua, e os mais secos na região mais profunda.
Já nas laterais e no céu da boca, a ainda, nas bochechas, é possível perceber a acidez de um vinho, determinando se ele é muito ácido – o que geralmente significa um vinho estragado – ou pouco ácido, quando a bebida fica pesada e desinteressante.
Já a superfície de toda a língua é o local onde se sente os taninos, ou seja, a adstringência da bebida. É aquela sensação de “amarrar a boca” quando como se come uma banana verde. Taninos muito acentuados provocam essa sensação com maior intensidade.
Como sentimos os sabores de um vinho
Uma forma muito comum de se realizar a prova de um vinho é dividi-la em três etapas: “entrada”, “meio de boca”, e “fim de boca”.
A “entrada” é o momento de sentir o impacto tátil, o “ataque”, que é a sensação conjunta de doçura ou maciez, dada pelo álcool e pelo açúcar, acidez e amargor, ou seja, os taninos.
Ao deixar o vinho correr pela boca, é possível sentir sua textura no “meio de boca”. Aqui, é o momento de analisar a qualidade de taninos, maciez, corpo ou intensidade, acidez, equilíbrio e qualidade geral da bebida.
Na hora de engolir, no “fim de boca”, é possível perceber como o vinho termina: se ele deixa sensação agradável, sua persistência gustativa, notas amargas e outros. Após engolir, sentimos o calor provocado pelo álcool e mais aromas.
Na boca não se percebe apenas o gosto, mas também o tato e o aroma da bebida.
O tato é sobre a consistência do vinho, a aspereza, a fluidez, a pungência, a temperatura e a tanicidade.
Já o aroma de boca é diferente daquele do nariz, pois a saliva aquece e intensifica a evaporação, tornando-o mais forte. Para sentir melhor esse aroma, o ideal é deixar um pouco de ar entrar.
Agora que você é um especialista na química que ocorre na sua boca quando você aprecia o seu vinho, que tal escolher o próximo rótulo e parar para analisar todo esse processo?